Já se passou um ano desde que Andrea Camilleri faleceu, aos 93 anos . Era a manhã de 17 de julho quando o Maestro morreu, deixando a Sicília e a Itália com um imenso vazio. Por algum tempo ele perdeu a visão, mas enquanto pôde, Camilleri, nascido em 1925, nos contou histórias magníficas.

A programação de Rai de amanhã será dedicada a ele, enquanto a chegada póstuma à livraria de uma faixa inédita está marcada para hoje. Queremos lembrá-lo com uma série de suas belas frases.

Teatral, sutil, irônico, Andrea Camilleri nos deixou de fato uma preciosa riqueza de histórias com um estilo agradável e inimitável, trechos em dialeto siciliano, palavras e expressões idiomáticas que ficarão para sempre gravadas em nossa literatura.

Existem mais de cem livros do grande escritor, todos publicados na idade adulta (ele se tornou um autor de best-seller com mais de 70 anos). "Um fio de fumaça", publicado por Garzanti em 1980, foi o primeiro de uma série de romances históricos ambientados em Vigàta entre os séculos 19 e 20, a que se seguiu "O massacre esquecido", "A temporada de caça “,“ O componente da bolha “.

10 frases inesquecíveis de Andrea Camilleri

  1. Palavras que falam a verdade têm uma vibração diferente de todas as outras (Um mês com Montalbano)

  2. Não basta ler, é preciso também compreender. Mas a compreensão é um luxo que nem todos podem pagar (sinais de fumaça)

  3. A perda de solidariedade entre homem e homem é muito grave, nosso DNA está mudando e não posso explicar os motivos

  4. O tempo é um carrossel em constante movimento. Você sobe em um cavalo ou em um carro pequeno, dá muitas voltas e depois o engancha para cima ou para baixo

  5. Talvez, sem saber, estejamos travando a primeira guerra global dos anos 2000. Uma guerra que não usa mais armas, que não bombardeia nem detona bombas atômicas, que não causa morte mas produz fome, desemprego, conflito social, empobrecimento, enfim, reduz os perdedores ao asfalto (sinais de fumaça)

  6. Que coisa extraordinária os livros podem ser. Eles mostram lugares onde coisas maravilhosas acontecem aos homens. Em seguida, sua cabeça começa em outra direção, seus olhos descobrem perspectivas que antes eram desconhecidas. E você começa a se fazer várias perguntas. Era a insônia da velhice, aquela que noite após noite te condena a ficar alerta, na cama ou na poltrona, a rever a sua vida minuto a minuto, a repaginá-la descascando-a como contas de rosário (O medo de Montalbano)

  7. Cada história de amor, vivida ou inventada, consegue ser única e diferente e irrepetível em comparação com os bilhões de outras histórias que já aconteceram, que acontecem, que vão acontecer. Em suma, o amor não pode ser aprendido teoricamente ou indo à loja de outras pessoas. Você aprende amando, ou seja, se perdendo (sinais de fumaça)

  8. O siroco é um dos momentos mais belos que podem ser concedidos ao homem, pois a impossibilidade de se mover naqueles dias o leva a ficar parado e contemplar uma pedra por três horas, antes que uma brisa chegue. O siroco te dá essa possibilidade de contemplação, de pensar nas coisas

  9. Que paìsi era aquele em que um ministro que tinha sido 'n carrica' na vota aviva idem que tínhamos que conviver com a máfia? (Uma voz na noite)

  10. Apoiar-se na memória é a vontade do homem de não desaparecer

O livro póstumo

Hoje, na véspera do aniversário, é lançado nas livrarias o romance póstumo de Camilleri, o inédito “Riccardino”, a parte final da querida série do inspetor Montalbano.

É, aliás, o último romance em que aparece o comissário Salvo Montalbano. Andrea Camilleri o escreveu entre 2004 e 2005, entregando então o exemplar a Elvira Sellerio para mantê-lo até sua morte. Por vontade do próprio Camilleri, aliás, a despedida de Montalbano só deveria ter sido divulgada depois de sua partida. E assim foi.

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Poucos dias, há cerca de um ano, partia Andrea Camilleri, pai do inspetor Montalbano. Dentro de alguns dias, Sellerio publicará postumamente o último romance da série dedicada a este personagem. Pareceu-me dever informá-lo hoje sobre o primeiro livro em que Salvo Montalbano se apresenta ao seu público. Não só porque é um ótimo livro, mas também porque foi aí que começou minha fantástica história com esse personagem. Boa leitura! #LoZingaretti #Camilleri #books

Uma postagem compartilhada por Luca Zingaretti (@lucazingarettiofficial) em 9 de julho de 2020 às 5h31 PDT

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