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Se o sapo arlequim Mindo desenvolveu resistência ao fungo que está causando a extinção em massa dos anfíbios, pode ser um sinal de que a epidemia global está diminuindo.

Foi considerado extinto. Depois de mais de 30 anos, o sapo arlequim Mindo foi redescoberto em agosto passado por uma equipe de biólogos da Universidade de New Brunswick, oferecendo uma nova esperança para os anfíbios, que estão literalmente desaparecendo.

Levados a Melissa Costales, os cientistas viajaram em agosto de 2021 para uma reserva particular no Equador em busca de sapos da chuva, pequenos anfíbios marrons muito semelhantes a folhas caídas. Conforme o frio da noite se aproximava, a equipe já havia encontrado quase uma dúzia de espécimes de sapos da chuva. Nesse ponto, um dos cientistas notou uma estranha mancha verde brilhante.

Após 30 anos, desde 1989, diante de seus olhos estava uma criatura lendária, o (Atelopus Mindonensis). O sapo arlequim Mindo, como é chamado, foi considerado extinto devido ao ataque de uma doença fúngica chamada de crisidimicose.

O sapo já foi o símbolo de Mindo, uma pitoresca cidade localizada na floresta tropical no noroeste do Equador. A redescoberta é considerada um "milagre" da resiliência da natureza. De todos os sapos arlequins extintos (gênero Atelopus) no Equador, Mindo era o menos improvável de ser redescoberto, já que as florestas tropicais em que vive são as mais documentadas do país e ninguém o tinha visto desde 1989.

Nas últimas três décadas, os fungos dizimaram populações de anfíbios em todo o mundo, gerando um verdadeiro apocalipse.

O apocalipse dos anfíbios: mais de 500 espécies mortas pelo patógeno mais mortal já visto

A doença atrapalha a capacidade dos animais de absorver oxigênio e água pela pele. O gênero Atelopus foi o mais atingido, mas a redescoberta do sapo arlequim Mindo pode significar que ainda há esperança para esta família de anfíbios.

@Photo by Jose Vieira

Existem 25 espécies de Atelopus no Equador, e todas estão atualmente classificadas como ameaçadas, criticamente em perigo ou presumivelmente extintas. Mais da metade das espécies não foram vistas desde os anos 1980.

O sapo arlequim Mindo é realmente minúsculo, medindo pouco mais de um centímetro. É de cor verde e amarela e apresenta manchas castanhas. Seus olhos são de um negro intenso, com as íris que parecem estar rodeadas por uma folha de ouro. Suas "mãos" parecem estar usando luvas.

Depois que Costales e seus colegas o observaram em 11 de agosto, eles voltaram à mesma reserva. O nome deste último, já reservado para os excessos, não foi revelado para salvaguardar a espécie. Aqui, durante a segunda visita, foram identificados 5 outros sapos, 3 dos quais eram jovens. Boas notícias porque indica que a espécie provavelmente está se reproduzindo.

“No momento em que vi aquele sapinho verde, imediatamente reconheci que era algo que iria surpreender a comunidade científica”, disse César Barrio-Amorós, principal autor do estudo. "A descoberta dessa população de relíquias oferece uma oportunidade única de monitorar e estudar as espécies para saber por que diminuiu."

Os cientistas identificaram uma série de anfíbios que desenvolveram resistência ao citride, mas, como é o caso do coronavírus em humanos, não há informações suficientes para saber como ocorre o processo de cicatrização.

@Photo by Jose Vieira

Embora a descoberta tenha encantado os cientistas envolvidos na proteção dessas espécies, é muito cedo para comemorar. O uso de agrotóxicos a montante do local onde foram encontrados sapos, a chegada de doenças infecciosas transmitidas pelo homem e a introdução inesperada de trutas, cenários extremamente prováveis, podem pesar seriamente sobre esta última população, varrendo-a. afastado permanentemente.

Para salvar o sapo da extinção, Tropical Herping uniu forças com o Centro Jambatu para iniciar um projeto de longo prazo para monitorar a saúde da população e estabelecer uma colônia ex situ caso a população selvagem desapareça.

Fontes de referência: tropicalherping, nota de herpetologia

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