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Os mares italianos são invadidos por microplásticos. Isso não é novidade, mas um novo estudo conduzido pelo Cnr, Greenpeace e a Universidade Politécnica de Marche descobriu que sua presença em nossas águas marinhas de superfície é comparável aos níveis presentes nos redemoinhos oceânicos do Pacífico Norte, com os picos mais altos. nas águas de Portici (Nápoles), mas também em áreas marinhas protegidas, como as Ilhas Tremiti (Foggia).

Os resultados divulgados pelo Instituto de Ciências Marinhas do CNR de Génova (ISMAR), pela Universidade Politécnica de Marche (UNIVPM) e pelo Greenpeace Itália são o resultado da amostragem nas águas realizada durante o passeio "Menos Plástico mais Mediterrâneo" do navio Greenpeace Rainbow Warrior que monitorou as costas no verão passado.

A campanha analisou amostras de água do mar coletadas em 19 estações ao longo da costa italiana, de Gênova a Ancona, tanto na presença de um forte impacto antrópico, como na foz de rios e portos, quanto em áreas marinhas protegidas.

A amostragem realizada pelo ISMAR permitiu conhecer a quantidade e a composição dos microplásticos na superfície das águas marinhas italianas e no zooplâncton.

A produção de plástico aumentou dramaticamente nos últimos 50 anos: somente em 2021 foram produzidos 300 milhões de toneladas e cerca de 8 milhões acabam no mar todos os anos.

“Os resultados indicam que a poluição do plástico não conhece fronteiras e que os fragmentos também se acumulam em áreas protegidas ou em áreas teoricamente distantes de fontes de poluição”, explica Francesca Garaventa, chefe de amostragem do CNR-Ismar. “De fato, na estação Portici (Nápoles), área de forte impacto antrópico, existem valores de microplásticos iguais a 3,56 fragmentos por metro cúbico, mas valores não muito inferiores - 2,2 - também são encontrados nas Ilhas Tremiti”.

Para se ter uma ideia, se enchêssemos duas piscinas olímpicas com água das Ilhas Tremiti e água de Portici, na primeira encontraríamos 5.500 peças de plástico, na segunda 8.900.

A análise revelou a presença de 14 tipos de polímeros, com destaque para o polietileno, material no qual é produzida a maior parte das embalagens e descartáveis.

O que preocupa os pesquisadores não é apenas o fato de os microplásticos presentes no Mediterrâneo serem comparáveis ​​aos encontrados nas sopas de plástico do Pacífico, mas que o Mare Nostrum é uma bacia semifechada, fortemente antropizada, com reciclagem limitada de água. o que favorece sua acumulação.

Presente em muitos cosméticos e produtos de higiene pessoal (fontes primárias), os microplásticos são particularmente perigosos para a vida marinha. Também derivam da fragmentação de pedaços maiores, dispersos nas águas. Neste caso estamos a falar de fontes secundárias e preocupante também é o facto de conterem aditivos químicos como os ftalatos .

“Os dados coletados confirmam que nossos mares estão literalmente sufocando sob uma montanha de plásticos e microplásticos, principalmente devido ao uso e dispersão de itens descartáveis”, acrescenta Serena Maso, da campanha marítima do Greenpeace. “Para reverter essa tendência dramática é necessário intervir na fonte, ou melhor, na produção. Reciclar não é a solução e são as empresas responsáveis ​​que têm de enfrentar o problema, começando pela eliminação do plástico descartável. ”

Por este motivo, greenMe lançou também a campanha social # svestilafrutta com o objetivo de sensibilizar o público e distribuí- los em larga escala para reduzir o uso abusivo de embalagens plásticas.

Aderir à campanha é simples. Sempre que você se encontrar diante de um produto embalado de forma absurda e sem sentido (uma tangerina, uma banana, uma abobrinha etc …) tire uma foto e depois envie para as redes sociais Facebook, Twitter, Instagram usando a hashtag # svestilafrutta , marcando @greenMe _ela e também informando o nome do supermercado onde se encontra a embalagem.

Para saber mais:

#svestilafrutta, greenMe.it diz não ao abuso de embalagens. E você? Participar!

Aqui, todos os dados de amostragem

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Francesca Mancuso

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