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Eles correm para uma torre de resfriamento abandonada, mas este não é um lugar comum e eles não são apenas animais de quatro patas, eles são os cães radioativos de Chernobyl, vítimas da explosão catastrófica de 1986.

São os cachorros daqueles cães abandonados durante a evacuação, na altura ninguém poderia imaginar que não poderiam voltar para os levar de volta. Os animais resgatados continuaram a viver em Chernobyl e seus filhotes agora estão radioativos.

A história deles é contada em um pequeno documentário intitulado 'Os Filhotes de Chernobyl' do diretor Drew Scanlon, que mostra centenas de cães e filhotes vivendo na zona morta em torno da usina nuclear, onde o acesso é limitado.

Algumas pessoas podem entrar, mas apenas sob controle do governo, mesmo que várias centenas de homens e mulheres, desobedecendo às ordens oficiais, tenham voltado a morar nas áreas vizinhas, onde ficavam suas antigas casas.

Segundo o diretor, os cachorros são filhos dos cães que sobreviveram à catástrofe e, por isso, sua pele contém partículas radioativas, por isso o fundo sem fins lucrativos Clean Futures está realizando um plano de castração dos cães e gatos criados na região.

Foto: SERGEI SUPINSKY VIA GETTY IMAGES

Animais que não podiam estar em contacto estreito com o homem, mas que são tratados graças ao estabelecimento de postos de abastecimento de água e comida e ao apoio de uma clínica veterinária. Ao lado dos veterinários ucranianos, há muitos voluntários e organizações, incluindo estrangeiros, americanos, ingleses e alemães.

Entre eles, está Anna Sovtus, uma veterinária ucraniana que trabalha na iniciativa 'Os Cães de Chernobyl', que, como podemos ver nesta imagem, está segurando um dos cachorros radioativos nas mãos.

Foto: SEAN GALLUP VIA GETTY IMAGES

Os cães sofrem com a falta de comida e água e muitas vezes são vítimas da vida selvagem que cresceu devido à ausência de pessoas na área. Vivendo em liberdade, então bebem em poças e cruzam áreas proibidas por isso são radioativos.

Funcionários de estabelecimentos próximos à zona de exclusão mimam-nos e oferecem-lhes alimentos, alguns deles até mesmo adotados, porque segundo a equipa de especialistas “não deve haver riscos imediatos para a saúde”. Mas não é uma certeza.

No entanto, há um problema com a raiva, pois os cães estão em contato próximo com a vida selvagem, o que pode ser fatal se não for tratado a tempo.

Alguns cães foram equipados com coleiras especiais que permitem monitorar a quantidade de radiação à qual são expostos, para que possam mapear o nível de contaminação na área ao redor da antiga usina nuclear soviética.

Infelizmente, eles não são as únicas vítimas de Chernobyl:

  • O PEIXE COM 3 OLHOS PERTO DA ESTAÇÃO DE ENERGIA NUCLEAR
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O trabalho do Clean Futures Fund envolve também uma tentativa de avaliar qual o nível de radiação presente no corpo dos cães. As descobertas podem abrir a possibilidade de que alguns dos cães possam deixar a zona de exclusão e, finalmente, ser adotados.

Dominella Trunfio

Foto: SEAN GALLUP VIA GETTY IMAGES

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